Olá, meu nome é Cleber Belizario. 


Minha história na fotografia começa muito antes de eu entender que gostaria de ser um fotógrafo, no entanto, sempre me identifiquei muito com imagens.


Me formei em Ciências da Computação, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC) em 2011. Nesta época eu trabalhava em uma indústria química na área de qualidade, pois também tenho formação técnica em Química Industrial.


Quando se conclui uma faculdade, a primeira coisa que vem à mente é a seguinte frase: “Estou pronto, agora é só aplicar os conhecimentos!”. Errado! (risos) Entendemos que o conhecimento pode nos auxiliar a tomar a melhor decisão, nos dar uma melhor visão do cenário e possibilidades para iniciar uma carreira. Comigo não foi diferente! Levei um choque de realidade e senti que ainda não estava preparado para encarar tudo, de uma forma tão simples assim, como eu havia pensado.


Permaneci no emprego como Técnico em Química, mas paralelamente comecei um projeto na área de Web Designe, no qual eu fazia sites para pequenos comércios. Antes disso, eu já gostava de brincar com o Photoshop na república onde eu morava com outros amigos, mas não era nada profissional. Apesar de ser um pouco amador na atividade, eu sentia muita familiaridade com a ferramenta que hoje faz parte do meu dia a dia. Não sou expert, mas a utilizo no que preciso dentro do meu fluxo de trabalho.


Voltando ao assunto de Web Designe, sempre senti falta de produzir minhas próprias imagens para usar na criação dos sites de meus clientes. Foi então que surgiu a ideia de pesquisar sobre um curso de fotografia. Na época procurei na própria universidade na qual me formei. Lá havia um curso de 18 meses, mas infelizmente o investimento era alto e não tinha condições de fazer no momento. Prossegui nos trabalhos como Web Designer, sempre com o sentimento da necessidade em fazer minhas imagens.


Em 2013, mais precisamente em julho, conheci um fotógrafo do sul, que estava morando na minha cidade e que tinha um projeto com um nome muito sugestivo: “Minha Nova Vida de Fotógrafo”. O nome desse mestre é Murilo de Tarso. Resolvi procurá-lo para entender melhor sobre o projeto e se eu me encaixava nele. Na entrevista ele me fez duas perguntas. A primeira era se eu entendia de fotografia e a segunda se eu tinha algum equipamento. Ambas respostas foram “NÃO” ... (risos). E o que foi que eu escutei dele? “Perfeito, você está aprovado!”. Bom, a princípio eu não entendi nada e acreditem, o motivo fazia todo sentido para ele e para a proposta dele com seus alunos, mas isso eu conto para vocês em outra oportunidade.


Pois bem, vou resumir! Eu fiz o curso de 12 meses sem equipamento. Eu apenas observava, anotava tudo e pedia a câmera emprestada para os alunos que tinham. Na verdade, todos tinham (risos), mas eu ainda não podia adquirir uma câmera. Alguns não se importavam em me emprestar, outros nem tanto (risos). No final desses 12 meses, como vocês acham que eu saí? Finalmente pude dizer: “Estou pronto, agora é só aplicar os conhecimentos!”. Mas tinha um detalhe, eu ainda não tinha câmera! 


Após uns 4 meses do curso eu comprei minha primeira câmera: uma T5 com a lente do kit 18x55. 


Pessoal acreditem, a mudança na minha vida começou ali, com o primeiro clique na minha câmera. Essa mudança era mais interior, pois era algo que ia começar a mudar meus conceitos e fazer com que eu me abrisse a novas oportunidades. 


As coisas foram acontecendo aos poucos, cada passo, cada degrau no tempo correto. A evolução foi acontecendo como uma criança, quando começa a dar seus primeiros passos. E é claro que caí muito, bati a cabeça e fui aprendendo aos poucos. Mas foi interessante, que teve algo, que sempre acontecia, não sei se por sorte ou por uma energia maior. Sempre quando as coisas não saíam como eu queria, não tinha ninguém para me dizer: “Isso não vai dar certo!”. Assim, só me restava uma opção: Fazer novamente. E esse foi o ponto principal, eu sempre fazia e refazia e a cada vez aprendia um pouco mais. Isso acontece até hoje, eu sempre aprendo algo novo depois de um trabalho.


Rapidamente eu entrei de cabeça na fotografia. É muito comum quando se compra uma câmera já virar fotógrafo. Isso é maravilhoso, mas é uma armadilha também, pois fazemos muitas coisas erradas. Nesse momento, mais uma vez o universo conspirou ao meu favor! Eu pude conhecer pessoas incríveis que me inspiravam e me ajudavam a melhorar. Até hoje eu tenho aqueles que inspiram meu trabalho, que me corrigem, que me dão um toque legal no que posso melhorar e eu sempre absorvi muito bem isso! É possível sentir quando as pessoas querem nos ajudar, até porque a evolução nunca para e estou sempre buscando melhorar.


Essa fase de descobertas durou aproximadamente 3 a 4 anos. Nesse tempo fiz de tudo um pouco na fotografia e essa fase foi muito importante para me encontrar, preparar e encarar um desafio ainda maior. 


Foi quando a fotografia de casamento veio ao meu encontro e é o que sigo até hoje. Essa área da fotografia me trouxe conceitos e ensinamentos incríveis, porque agora eu trabalho com os sonhos das pessoas. Assim, sempre observo que a responsabilidade está muito além de clicar. Desde então, pude ter sensibilidade para transmitir às pessoas a emoção de um momento que não volta mais. Sem falar na possibilidade de estar em outros lugares e conhecer pessoas ainda mais incríveis. Pessoas estas que, me ajudam a fazer dessa evolução constante, uma viagem na qual só tem momentos bons, pessoas com alto astral, emoção à flor da pele, paixão nos olhos e coração pulsante de tanta alegria.


Eu não parei de estudar! O estudo me mostra a cada dia que é o diferencial no meu trabalho. Eu não sei todas as coisas e analisando tudo até aqui, nunca saberei, vou continuar perseguindo a luz para desenhar minha fotografia. Vou continuar me inspirando em outros fotógrafos incríveis, os quais eu já tive a oportunidade de conhecer e aprender com eles. Tenho certeza que vou continuar me apaixonando todos os dias por essa profissão, que me dá um frio na barriga toda vez que vou registrar um casamento, como se fosse meu primeiro casamento. Isso é apaixonante!


Aquele trabalho de Web Designer foi um degrau importante que ficou para trás em 2013, assim como meu trabalho de Técnico em Química Industrial, os quais me deram condições de levar a fotografia de forma paralela por muito tempo. Estou na fotografia há 8 anos.


Hoje compreendo melhor, que as duas perguntas que o Murrilo de Tarso me fez antes de eu realizar o meu primeiro curso, fizeram todo sentido.


Fotografia não tem regras, você precisa ser livre de opiniões formadas, sobretudo, precisa sentir e expressar o seu sentimento na imagem. Precisa se conectar às pessoas, estar em sintonia com elas, para conseguir arrancar aquele suspiro que acontece, quando eles olham para o resultado final e se veem nos detalhes.